sábado, 8 de outubro de 2011

O que é comunismo?

Você sabe dizer o que é comunismo? Muitos formulam uma opinião sobre o mesmo sem sequer saber realmente do que se trata, mantendo uma concepção equivocada sobre o que seria este movimento - e nisso incluem-se comunistas que não separam comunismo de suas posições pessoais relativas à política, não sendo incomum as pessoas "estenderem" o comunismo para além do que ele realmente é. Este texto vai esclarecer definitivamente o que é o comunismo, de forma clara e objetiva.
Comunismo vem do latim communis, "comum"(que pertence a todos). O comunismo não éum modelo-pronto, uma utopia, uma receita para uma nova sociedade - foram criada utopias comunistas, ou seja, modelos-prontos de nova sociedade que podem cujo as caracteristicas são provenientes do comunismo. O comunismo é um movimento político e socio-econômico que representa a superação, ultrapassagem do atual estado das coisas. Pode ser considerado o oposto do conservadorismo, pois representa um rompimento com a história passada para a construção de uma nova ordem sob as ruínas da velha. O comunismo pretende fazer essa superação através da abolição da propriedade privada dos meios de produção, ou seja, a grande propriedade das fábricas e das terras que permite que seus donos(os burgueses) possam explorar aqueles que não possuem propriedade(osproletários). Comunismo não quer dizer que a pessoa não pode ter bens pessoais(roupas por exemplo), afinal eles não permitem a exploração da força de trabalho de outro, não são partes importantes da cadeia produtiva(da economia) e não geram lucros para os donos. Diz o Manifesto Comunista que os comunistas podem resumir a sua teoria numa única expressão: supressão da propriedade privada. Apesar dessas considerações acerca da questão da propriedade, existem algumas correntes comunistas-utópicas que pregam a comunidade dos bens(dividir todas as coisas), porém politicamente estas são inexpressivas.Uma determinada tendência intelectual se tornou predominante no movimento comunista a partir da segunda metade do séc. XIX, o marxismo, que veria na sociedade capitalista-industrial desenvolvida a classe proletária como classe com potencial revolucionário, buscando uma abordagem cientifica da sociedade identificando contradições no modo de produção que poderiam levar o capitalismo a ruina, tomando posições segundo as relações materiais mantida entre os homens e não a partir de critérios morais. Concepções como período de transição(até o comunismo), ditadura do proletariado e o socialismo como estágio superior do desenvolvimento das forças produtivas são concepções provenientes do marxismo e que se fazem muito presentes no movimento comunista de uma forma geral.


A partir do ponto que o comunismo defende a supressão da propriedade privada, ele se identifica com os interesses da classe chamada de proletariado, ou seja, a classe cujo o único meio de sustento é venda de sua força de trabalho e por isso são explorados pelosburgueses capitalistas. Considera-se que é do interesse do proletariado, que não possue nada, a socialização dos meios de produção e o uso de seus rendimentos pela sociedade(e não pela burguesia).

"Praticamente, os comunistas constituem, pois, a fração mais resoluta dos partidos operários de cada pais, a fração que impulsiona as demais; teoricamente têm sobre o resto do proletariado a vantagem de uma compreensão nítida das condições, da marcha e dos resultados gerais do movimento proletário. O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição dos proletários em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista do poder político pelo proletariado." - Manifesto do Partido Comunista

Neste trecho notamos que o comunismo constitui uma atitude político-ideológica e não uma "receita para nova sociedade", não é uma invenção saida da cabeça de um "iluminado" sem levar em conta a realidade concreta, não é uma utopia, como podemos ver nos seguintes trechos:

“O comunismo não é, para nós(comunistas), um estado estável a ser estabelecido, um ideal ao qual a realidade deverá ajustar-se. Denominamos comunismo ao movimento real para abolir o presente estado das coisas.” – Marx e Engels em A Ideologia Alemã.

"As concepções teóricas dos comunistas não se baseiam, de modo algum, em idéias ou princípios inventados ou descobertos por este ou aquele reformador do mundo. São apenas a expressão geral das condições reais de uma luta de classes existente, de um movimento histórico que se desenvolve sob os nossos olhos. A abolição das relações de propriedade que têm existido até hoje não é uma característica peculiar exclusiva do comunismo. Todas as relações de propriedade têm passado por modificações constantes em conseqüência das continuas transformações das condições históricas. A Revolução Francesa, por exemplo, aboliu a propriedade feudal em proveito da propriedade burguesa. O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade geral, mas a abolição da propriedade burguesa." - Manifesto do Partido Comunista

Não há a menor parcela de utopismo em Marx. Ele não inventanão imagina, já prontinha, uma sociedade “nova”. Não, ele estuda, como um processo de história natural, a gênese da nova sociedade saída da antiga, as formas intermediárias entre uma e outra.” – Lenin em O Estado e a Revolução.

É preciso separar comunismo de qualquer posição que um comunista possa sustentar individualmente. O comunismo não é um "código de vida" ou uma "cosmovisão" que determina tudo em um individuo, é uma "expressão geral das condições reais de uma luta de classes existente", produto de determinadas condições socio-históricas. Uma pessoa mantém uma posição comunista ao mesmo tempo que sustenta outros tipos de posicionamento - o comunismo não é um manual. Comunistas podem sustentar posições diferentes, inclusive de como agir políticamente. O comunismo de um muitas vezes é o anticomunismo de outro. O fato dos cubanos conciliarem o seu comunismo com certos valores não impede que os coreanos conciliem o seu com outros completamente diferentes. Assim como nada impede que os russos desenvolvam sejam comunistas sob os sovietes e os cubanos sob os moldes das instituições tradicionais da democracia liberal.  O comunismo não é uma religião com "grande propósito final" ou "dogmas eternos" e sim um produto das contradições do capitalismo(proletariado x burguesia, capital privado x produção social, desenvolvimento das forças produtivas x modo de produção).

O comunismo não prega a igualdade absoluta, seu discurso sobre a igualdade se limita aigualdade em relação aos meios de produção(fim das classes). O marxismo fez uma dura crítica a igualdade como postulado. Comunismo é socialização e não igualitarismo.

"Têm-nos censurado, a nós, comunistas, de que quereríamos abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio — a propriedade que formaria a base de toda a liberdade, atividade e autonomia pessoais. 


Mas será que o trabalho assalariado, o trabalho do proletário, lhe cria propriedade? De modo nenhum. Cria o capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado, que só pode multiplicar-se na condição de gerar novo trabalho assalariado para de novo o explorar. A propriedade, na sua forma atual, move-se na oposição de capital e trabalho assalariado. Consideremos ambos os lados desta oposição.
Ser capitalista significa ocupar na produção uma posição não só puramente pessoal, mas social. O capital é um produto comunitário e pode apenas ser posto em movimento por uma atividade comum de muitos membros, em última instância apenas pela atividade comum de todos os membros da sociedade.
O capital não é, portanto, um poder pessoal, é um poder social.
Se, portanto, o capital é transformado em propriedade comunitária, pertencente a todos os membros da sociedade, a propriedade pessoal não se transforma então em propriedade social. Só se transforma o caráter social da propriedade. Perde o seu caráter de classe. (....) De modo nenhum queremos abolir ea apropriação pessoal dos produtos de trabalho para a nova geração da vida imediata — uma apropriação que não deixa nenhum provento líquido capaz de conferir poder sobre trabalho alheio. Queremos suprimir apenas o caráter miserável desta apropriação, em que o operário só vive para multiplicar o capital, só vive na medida em que o exige o interesse da classe dominante. " - Manifesto do Partido Comunista

O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, ele representa a reinvidicação do proletariado pela sua própria participação naquilo que ele produziu.

Resumindo: o comunismo é um movimento pela supressão da propriedade privada e pelo fim da ordem burguesa em prol do estabelecimento de uma nova ordem social sem classes onde os meios de produção serão públicos.

(rascunho) COMUNISMO NO SÉCULO XX

O movimento comunista no século XX foi praticamente determinado pela interpretação do marxismo de Vladmir Ilitch Lenin propagada por Stálin e pela III Internacional, o marxismo-leninismo. As experiências se caracterizaram por uma série de contradições:

- A Revolução não se espalhou a nível mundial, só conseguiu se expandir em alguns elos fracos do capitalismo internacional. Ou seja, esses países não estavam vinculado ao máximo de desenvolvimento das forças produtivas, e sim ao subdesenvolvimento das mesmas.
- O isolamento frente ao cerco internacional gerou tendências centralizantes no seio desses países.

CIÊNCIA E DARWINISMO

O COMUNISMO E A TRADIÇÃO (judaica cristã e pagã)

MORALIDADE X CIÊNCIA

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