quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Misticismo


Misticismo (do grego μυστικός, transl. mystikos, um iniciado em uma religião de mistérios) é a busca da comunhão com a identidade, com, consciente ou consciência de uma derradeira realidade, divindade, verdade espiritual, ou Deus através da experiência direta ou intuitiva.[1]
Do livro de Jakob Böhme "O Príncipe dos Filósofos Divinos"[2], o misticismo se define por: o misticismo, em seu mais simples e essencial significado, é um tipo de religião que enfatiza a atenção imediata da relação direta e íntima com Deus,ou com a espiritualidade, com a consciência da Divina Presença. É a religião em seu mais apurado e intenso estágio de vida. O iniciado que alcançou o "segredo" foi chamado um místico. Os antigos cristãos empregavam a palavra "contemplação" para designar aexperiência mística.
"O místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, etc. 
A palavra "místico" era empregada pela primeira vez no Mundo Ocidental, nos escritos atribuídos a Dionysius, o Aeropagite, que apareceu no final do século V. Dionysius empregou a palavra para expressar um tipo de "Teologia", mais do que uma experiência. Para ele e para muitos intérpretes, desde então, o misticismo se baseava em uma teoria ou sistema religioso que concebe Deus como absolutamente transcendente, além da Razão, do pensamento, do intelecto e de todos os processos mentais.
A palavra, desde então, tem sido usada para os tipos de "conhecimento" esotérico e teosófico, não suscetiveis de verificação. A essência do misiticismo é a experiência da comunicação direta com Deus.
A palavra misticismo tem origem no idioma Grêgo μυστικός = "iniciado" (nos "Mistérios de Eleusinian", μυστήρια = "mistérios", referindo-se as "Iniciações"[4]) é a busca para alcançar comunhão ou identidade consigo mesmo, lucidez ou consciência da realidade última, do divinoVerdade espiritual, ou Deus através da experiência direta, intuição, ou insight; e a crença que tal experiência é uma fonte importante deconhecimento, entendimento e sabedoria. As tradições podem incluir a crença na existência literal de realidades empíricas, além da percepção, ou a crença que uma verdadeira percepção humana do mundo trancenda o raciocínio lógico ou a compreensão intelectual.
O termo "misticismo" é freqüentemente usado para se referir a crenças que são externas a uma religião ou corrente principal, mas relacionado ou baseado numa doutrina religiosa da corrente principal. Por exemplo, Kabala é a seita mística dominante do judaísmo, Sufismo é a seita mística do Islã, e Gnosticismo refere geralmente a várias seitas místicas que surgiram como alternativas ao cristianismo. Enquanto religiões do Oriente tendem a achar o conceito de misticismo redundante, e o conhecimento tradicional e ritual são considerados como Esotericos, por exemplo, Vajrayana e Budismo.

Definição

Uma definição de misticismo não poderia ser ao mesmo tempo significativa e de abrangência suficiente para incluir todos os tipos de experiências que têm sido descritas como "místicas".
Por definição natural, misticismo é a prática, estudo e aplicação das leis que unem o homem à Natureza e a Deus.
Desta forma, a Mística se distingue da Religião por referir-se à experiência direta e pessoal, com a divindade, com o transcendente, sem a necessidade de intermediários, dogmas ou de uma Teologia.

Na teologia

Conjunto de práticas religiosas que levam à contemplação dos atributos divinos. Estado natural ou disposição para as coisas místicas, religiosas; religiosidade.
Citando o livro "O Mundo de Sophia", quando fala sobre Misticismo:
Uma experiência mística significa experimentar a sensação de fundir sua alma com Deus. É que o "eu" que conhecemos não é nosso "eu" verdadeiro e os místicos procuravam conhecer um "eu" maior que pode possuir várias denominações: Deus, espírito cósmico, universo, etc. No entanto, para chegar a esse estado de plenitude, é preciso passar por um caminho de purificação e iluminação através de uma vida simples. Encontra-se tendências místicas nas maiorias religiões do mundo. Na mística ocidental ( judaísmo, cristianismo e islamismo ), o místico diz que seu encontro é com um Deus pessoal. Na oriental ( hinduísmo, budismo e religião chinesa ) o que se afirma é que há uma fusão total com deus, que é o espírito cósmico. É importante notar que essas correntes místicas já existiam muito antes de Platão e que pessoas de nossa época têm relatado experiências místicas como uma forma de experimentar o mundo sob a perspectiva da eternidade. (O Mundo de Sophia).
As correntes místicas pregam a experiência direta do divino, comumente chamada de experiência mística, e muitas vezes descrita como iluminação. A experiência mística é um estado de consciência em que o místico tem um vislumbre daquilo que está além deste plano físico, e muitas vezes é descrito como união com o Todo. Isto só pode ser alcançado, segundo os místicos, por uma disciplina espiritual que visa distanciar-se das coisas mundanas.
Muitas vezes a experiência mística é descrita por aqueles que a sentem como uma "visão ou percepção direta de Deus". Tais fenômenos estão presentes tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento da Bíblia e na cultura oriental (budismohinduísmoyoga, etc.).
O místico procura na prática espiritual e no estudo das coisas divinas, mais que na racionalidade, as bases para suas concepções de vida, embora muitas vezes o misticismo esteja envolvido com intrincados sistemas que o fundamentam. Este é o caso da Cabala, a tradição esotérica dos judeus.
experiência mística é o modo como o místico entra em contato com o Divino.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O que é a cabala judaica?

A cabala (receber em hebraico) é um corpo de sabedoria mística que por muito tempo foi mantida como um segredo para o mundo. Durante milênios foi proibida para as mulheres e considerada um conhecimento secreto do judaísmo. Segundo a mitologia hebraica, a cabala foi dada por Deus a Moisés, ou pelo anjo Raziel a Adão, sendo depois transmitida oralmente de geração em geração. A cabala é um sistema metafísico através do qual o iniciado (ou buscador) conhecerá Deus e o universo. Deus, dentro do Judaísmo, preenche e contém o universo. É conhecido como “Ein Sof”, que pode ser traduzido como “o infinito”.

O rabino Leonardo Alanati, da Congregação Israelita Mineira, explica esse conhecimento de 2.200 anos.

O que é a cabala?

O misticismo judaico, também conhecido como cabala, consiste em um conjunto de ensinamentos orais, textos e práticas que foram transmitidas por mestres iluminados. Ele contém uma reinterpretação revolucionária do texto bíblico através de uma simbologia complexa e de uma linguagem ambígua e até erótica que pode desestabilizar a razão e a fé dos menos preparados. A cabala é uma maneira de experienciar a religião judaica e suas crenças. É colocar em prática a sabedoria sagrada com a finalidade de sentir o divino mais próximo. É um contato direto com a presença de Deus, a sua essência. Costumamos dizer que o homem necessita abrir sete cortinas para entrar em contato com a realidade, com a essência de tudo, até a união mística.

Como isso pode ser feito?

Através do estudo diário das técnicas de meditação que levam a um contato direto com Deus. É como uma gota retornando ao oceano, de volta à realidade divina. Não é um processo fácil. Dentro do misticismo judaico existe um lado de Deus, o “Ein Sof”, que é totalmente inacessível e incompreensível racionalmente. Por outro lado, para tornar-se ativo e criativo, Deus criou as dez sefirot ou inteligências. As sefirot dentro de nós. As sefirot formam a Árvore da Vida, que não é apenas uma metáfora vertical em relação a Deus. Em sua representação horizontal ela representa os aspectos de Deus existentes dentro de nós.

O que é a Árvore da Vida?

É um mapa para entendermos a manifestação de Deus. O Deus que saiu de si, se desdobrou para criar o universo. Cada sefirot é um aspecto da natureza de Deus. Elas nos ajudam a entender o mapa de como Deus atua no universo. Elas são, na verdade, um mapa de Deus manifesto no homem e na natureza. O micro imita o macro. Através da compreensão das sefirot, podemos entender as características humanas nos relacionamentos interpessoais e como esses aspectos influenciam nossas interações com o outro. Como Deus se manifesta também na natureza, devemos ficar atentos para preservarmos o meio ambiente, pois cada aspecto da natureza pode ser um portal para um contato com Deus: uma flor, uma célula, um átomo, uma estrela, a lua.

Como o judaísmo vê a vida após a morte?

A alma é eterna e subdividida. A vida continua em outras realidades além da nossa (ilusória). Mas algumas almas retornam duas ou três vezes a esse mundo em outro corpo até acabar de cumprir a sua missão. A cabala é a única corrente dentro do judaísmo que defende o conceito de reencarnação. Para os judeus, quando o corpo morre, ele fica em algum lugar, aguardando a ressurreição.

A Congregação Mineira Israelita abriu um curso de cabala, que vai ser dado dentro de uma sinagoga, para não judeus. O que sinaliza essa abertura? Estamos vivendo um momento mundial muito especial e difícil. Muitas pessoas buscam a cabala, de outras formas, dentro de outras correntes religiosas. Está na hora de abrirmos esse conhecimento para o mundo, de revelarmos nossa tradição mística. A realidade extremamente materialista está criando um vazio existencial no homem, que busca um retorno à espiritualidade, um contato interno com o espiritual. No curso vamos tirar dúvidas, derrubar conceitos errôneos, mostrar que a linha mestra do misticismo judaico é o contato mais intenso com Deus. Vamos entender melhor o universo divino, humano e a natureza, assim como a importância dos nossos atos. O cabalista deve estar inserido na sociedade e buscar elevá-la ao nível espiritual. A cabala é comunitária e reinterpreta o texto bíblico.

O homem moderno está sem rumo?

A Árvore da Vida é como um fluxo de energia que sai do divino, desce até o humano e volta. No entanto, muitos canais estão bloqueados e essa energia não chega de forma pura e completa até nós. No sentido contrário, ela também não chega em toda sua potência e plenitude até Deus. E isso é triste. Não apenas nós dependemos de Deus. Deus depende de nós e também precisa de nossos atos corretos e de nossas orações.

Matrix healing

A tradição mística da cabala mostra que, em nosso mundo material, existe um outro mundo que não vemos, um universo de grande energia e poder de cura. O médico Raphael Kellman, especialista em clínica geral, formado pela Faculdade de Medicina Albert Einstein em Nova York, com pós graduação no Beth Israel Hospital, criou baseado nessa lógica, uma terapia que denominou “Matrix Healing”.

Segundo ele, embora nossos sentidos nos digam que existe apenas um universo que contém dor, sofrimento, doença e morte, a cabala explica que existem muitos universos. Ao sabermos de sua existência, podemos optar por ter acesso a eles, inclusive o universo no qual já estamos curados, felizes e perfeitamente realizados. Podemos eleger o universo onde somos perfeitamente unidos uns com os outros e com a força amorosa, que á a fonte suprema da criação”.

Kellman acredita que a saúde pode ser conquistada através da Árvore da Vida, “o universo paralelo onde já estamos perfeitamente saudáveis, repletos da luz do Criador. Essa é a terapia matriz, uma mistura de atividades físicas e espirituais, com base no software descrito no Zohar (acredita-se ser o texto original da cabala judaica) e em outros textos cabalísticos. Compreender a matrix é extrair conhecimentos tanto da sabedoria espiritual da cabala quanto da ciência vanguardista, da medicina do corpo e da mente e das últimas descobertas em anatomia, bioquímica e neurologia”, ensina.

Universo paralelo

O médico conta, em seu livro, que já viu pacientes seus se curarem do câncer, de doenças cardíacas e outras enfermidades graves. “Quando comecei a estudar a cabala fiquei curiosos com a idéia do universo paralelo que ela prometia, o que passei a chamar de matriz. No matriz já estamos curados. O paraíso está dentro de nós. Nessa terapia, como na cabala, a meta não é ser perfeito, mas tornar-se perfeito”, ressalta.

O caminho para a saúde, segundo Kellman requer que cada ser humano aprenda a ver o seu corpo em termos espirituais e físicos, explore o poder de cura dos alimentos por meio de uma alimentação consciente e nutrição vibrante, partilhe a água e torne-se igual ao Criador, trocando respostas reativas por proativas em todos os momentos do dia. Veja cada momento como uma oportunidade espiritual, utilize a prece como uma terapia, a meditação e o alfabeto hebraico, os quais, segundo a cabala, são os blocos construtores do universo.

Por fim, assumir seu lugar de membro amável e responsável da raça humana dentro da nova ecologia do espírito, reconhecendo como cada um de nós é profundamente afetado pela vida do outro”.

sábado, 8 de outubro de 2011

Filosofia da mente



L’HUMANISME

A natureza da mente

A filosofia da mente investiga questões como as seguintes:
  • A mente é uma coleção de pensamentos e sentimentos particulares ou é uma entidade superior aos mesmos?
  • Se a mente for uma entidade, ela é uma entidade física?
  • Qual a relação entre a mente e o corpo?


Eventos mentais

Suponha que a mente não seja algum tipo de substância misteriosa, a qual não pode ser observada pelos nossos sentidos, mas, ao invés disso, que só haja eventos mentais. Ainda poderíamos investigar a relação entre a mente e o corpo como se fosse a relação entre eventos mentais e eventos físicos. A partir dessa suposição, a filosofia da mente perguntaria:
  • Eventos mentais são idênticos a eventos físicos?
    • Se ao menos em parte sim, então eventos mentais são explicáveis como eventos físicos.
    • Se não, então eventos físicos não explicam eventos mentais.


Propriedades mentais

Estados mentais são propriedades mentais. Em relação a essas, a filosofia da mente pergunta:
  • O fenômeno mental que chamamos de dor, por exemplo, é apenas a enervação de certas fibras cerebrais?
    • Para uma resposta não veja o que Saul Kripke diz sobre o dualismo mente-corpo.
    • argumento da múltipla realizabilidade também responde que não. Atribuímos dores a animais que têm sistemas neurofisiológicos muito distintos do nosso. Assim, propriedades físicas muito diferentes levam ao mesmo tipo de estado mental. Logo, não é preciso que se dê certo tipo de enervação cerebral para haver um fenômeno mental.


Reducionismo

Identificar a mente com entidades ou propriedades físicas é uma forma direta de materialismo, assim como alegar que a psicologia é redutível à biologia e, finalmente, à física.
Se for mostrado que todos os eventos mentais ou psicológicos são redutíveis à neurofisiologia, e, por sua vez, que a neurofisiologia é redutível (talvez através da química) à física, então será mostrado que a mente não é nada acima ou além daquilo que é físico ou corpóreo.
A redução é realizada em dois passos:
  1. Redução da linguagem de uma área de estudos à linguagem de outra área de estudos.
  2. Alegação que a área de estudos reduzida é idêntica à área de estudos redutora.


Funcionalismo

Como foi dito acima, muitos filósofos aceitam o argumento da múltipla realizabilidade, e por isso rejeitam completamente o fisicalismo e o reducionismo. O argumento motivou o ponto de vista conhecido como funcionalismo, o qual defende que estados mentais não são físicos, mas sim funcionais. Um estado funcional descreve um relacionamento entre certos estímulos sensoriais (inputs) e certos comportamentos e outros estados mentais (outputs).
Uma dor é funcional em virtude do seu papel causal. O papel causal é determinado por certos estímulos e estados mentais, e determina comportamentos e estados mentais futuros. Assim, embora a dor não seja idêntica à enervação de certa fibra cerebral, é ao menos idêntica a algum estado funcional.
Geralmente, estados funcionais são especificados como estados de uma máquina de Turing. Assim, ao menos alguns funcionalistas defendem que estados mentais são estados de uma máquina de Turing.
Experimentos mentais como a Terra Gêmea de Hilary Putnam estão entre os primeiros apresentados contra o funcionalismo. (Ver externalismo.)

Processos cognitivos

A filosofia da mente também busca respostas para as seguintes perguntas:
  • O que é um processo cognitivo?
  • Qual a diferença entre um processo cognitivo e outros tipos de processos mentais?
ciência cognitiva (área de estudos paralela mas relacionada à filosofia da mente) tem se ocupado dessas questões.
Tomemos a percepção como um exemplo. Filósofos buscam entender o que acontece quando percebemos alguma coisa (quando vemos, ouvimos, tocamos etc. alguma coisa). Mas eles não estão interessados nos mecanismos particulares que nos capacitam a perceber (forma do olho, como o nervo óptico leva informação ao cérebro etc.) Eles se interessam por questões mais básicas. Eles perguntam:
filosofia da percepção, uma parte da filosofia da mente, se ocupa de tais questões. Eles se ocupam de entender e explicar como nossa mente entra em contato com o mundo. (Ver Maurice Merleau-Ponty.)
Outras questões estão relacionadas ao problema do livre-arbítrioVolições são estados mentais. Assim, é natural perguntarmos:
  • Quando escolhemos alguma coisa o fazemos livremente?
    • A resposta é não, se estados mentais são redutíveis a estados físicos (ver a seção sobre o reducionismo acima). Nesse caso, estados mentais respeitam as mesmas leis da natureza seguidas por todo o resto do universo.

O que é comunismo?

Você sabe dizer o que é comunismo? Muitos formulam uma opinião sobre o mesmo sem sequer saber realmente do que se trata, mantendo uma concepção equivocada sobre o que seria este movimento - e nisso incluem-se comunistas que não separam comunismo de suas posições pessoais relativas à política, não sendo incomum as pessoas "estenderem" o comunismo para além do que ele realmente é. Este texto vai esclarecer definitivamente o que é o comunismo, de forma clara e objetiva.
Comunismo vem do latim communis, "comum"(que pertence a todos). O comunismo não éum modelo-pronto, uma utopia, uma receita para uma nova sociedade - foram criada utopias comunistas, ou seja, modelos-prontos de nova sociedade que podem cujo as caracteristicas são provenientes do comunismo. O comunismo é um movimento político e socio-econômico que representa a superação, ultrapassagem do atual estado das coisas. Pode ser considerado o oposto do conservadorismo, pois representa um rompimento com a história passada para a construção de uma nova ordem sob as ruínas da velha. O comunismo pretende fazer essa superação através da abolição da propriedade privada dos meios de produção, ou seja, a grande propriedade das fábricas e das terras que permite que seus donos(os burgueses) possam explorar aqueles que não possuem propriedade(osproletários). Comunismo não quer dizer que a pessoa não pode ter bens pessoais(roupas por exemplo), afinal eles não permitem a exploração da força de trabalho de outro, não são partes importantes da cadeia produtiva(da economia) e não geram lucros para os donos. Diz o Manifesto Comunista que os comunistas podem resumir a sua teoria numa única expressão: supressão da propriedade privada. Apesar dessas considerações acerca da questão da propriedade, existem algumas correntes comunistas-utópicas que pregam a comunidade dos bens(dividir todas as coisas), porém politicamente estas são inexpressivas.Uma determinada tendência intelectual se tornou predominante no movimento comunista a partir da segunda metade do séc. XIX, o marxismo, que veria na sociedade capitalista-industrial desenvolvida a classe proletária como classe com potencial revolucionário, buscando uma abordagem cientifica da sociedade identificando contradições no modo de produção que poderiam levar o capitalismo a ruina, tomando posições segundo as relações materiais mantida entre os homens e não a partir de critérios morais. Concepções como período de transição(até o comunismo), ditadura do proletariado e o socialismo como estágio superior do desenvolvimento das forças produtivas são concepções provenientes do marxismo e que se fazem muito presentes no movimento comunista de uma forma geral.


A partir do ponto que o comunismo defende a supressão da propriedade privada, ele se identifica com os interesses da classe chamada de proletariado, ou seja, a classe cujo o único meio de sustento é venda de sua força de trabalho e por isso são explorados pelosburgueses capitalistas. Considera-se que é do interesse do proletariado, que não possue nada, a socialização dos meios de produção e o uso de seus rendimentos pela sociedade(e não pela burguesia).

"Praticamente, os comunistas constituem, pois, a fração mais resoluta dos partidos operários de cada pais, a fração que impulsiona as demais; teoricamente têm sobre o resto do proletariado a vantagem de uma compreensão nítida das condições, da marcha e dos resultados gerais do movimento proletário. O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição dos proletários em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista do poder político pelo proletariado." - Manifesto do Partido Comunista

Neste trecho notamos que o comunismo constitui uma atitude político-ideológica e não uma "receita para nova sociedade", não é uma invenção saida da cabeça de um "iluminado" sem levar em conta a realidade concreta, não é uma utopia, como podemos ver nos seguintes trechos:

“O comunismo não é, para nós(comunistas), um estado estável a ser estabelecido, um ideal ao qual a realidade deverá ajustar-se. Denominamos comunismo ao movimento real para abolir o presente estado das coisas.” – Marx e Engels em A Ideologia Alemã.

"As concepções teóricas dos comunistas não se baseiam, de modo algum, em idéias ou princípios inventados ou descobertos por este ou aquele reformador do mundo. São apenas a expressão geral das condições reais de uma luta de classes existente, de um movimento histórico que se desenvolve sob os nossos olhos. A abolição das relações de propriedade que têm existido até hoje não é uma característica peculiar exclusiva do comunismo. Todas as relações de propriedade têm passado por modificações constantes em conseqüência das continuas transformações das condições históricas. A Revolução Francesa, por exemplo, aboliu a propriedade feudal em proveito da propriedade burguesa. O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade geral, mas a abolição da propriedade burguesa." - Manifesto do Partido Comunista

Não há a menor parcela de utopismo em Marx. Ele não inventanão imagina, já prontinha, uma sociedade “nova”. Não, ele estuda, como um processo de história natural, a gênese da nova sociedade saída da antiga, as formas intermediárias entre uma e outra.” – Lenin em O Estado e a Revolução.

É preciso separar comunismo de qualquer posição que um comunista possa sustentar individualmente. O comunismo não é um "código de vida" ou uma "cosmovisão" que determina tudo em um individuo, é uma "expressão geral das condições reais de uma luta de classes existente", produto de determinadas condições socio-históricas. Uma pessoa mantém uma posição comunista ao mesmo tempo que sustenta outros tipos de posicionamento - o comunismo não é um manual. Comunistas podem sustentar posições diferentes, inclusive de como agir políticamente. O comunismo de um muitas vezes é o anticomunismo de outro. O fato dos cubanos conciliarem o seu comunismo com certos valores não impede que os coreanos conciliem o seu com outros completamente diferentes. Assim como nada impede que os russos desenvolvam sejam comunistas sob os sovietes e os cubanos sob os moldes das instituições tradicionais da democracia liberal.  O comunismo não é uma religião com "grande propósito final" ou "dogmas eternos" e sim um produto das contradições do capitalismo(proletariado x burguesia, capital privado x produção social, desenvolvimento das forças produtivas x modo de produção).

O comunismo não prega a igualdade absoluta, seu discurso sobre a igualdade se limita aigualdade em relação aos meios de produção(fim das classes). O marxismo fez uma dura crítica a igualdade como postulado. Comunismo é socialização e não igualitarismo.

"Têm-nos censurado, a nós, comunistas, de que quereríamos abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio — a propriedade que formaria a base de toda a liberdade, atividade e autonomia pessoais. 


Mas será que o trabalho assalariado, o trabalho do proletário, lhe cria propriedade? De modo nenhum. Cria o capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado, que só pode multiplicar-se na condição de gerar novo trabalho assalariado para de novo o explorar. A propriedade, na sua forma atual, move-se na oposição de capital e trabalho assalariado. Consideremos ambos os lados desta oposição.
Ser capitalista significa ocupar na produção uma posição não só puramente pessoal, mas social. O capital é um produto comunitário e pode apenas ser posto em movimento por uma atividade comum de muitos membros, em última instância apenas pela atividade comum de todos os membros da sociedade.
O capital não é, portanto, um poder pessoal, é um poder social.
Se, portanto, o capital é transformado em propriedade comunitária, pertencente a todos os membros da sociedade, a propriedade pessoal não se transforma então em propriedade social. Só se transforma o caráter social da propriedade. Perde o seu caráter de classe. (....) De modo nenhum queremos abolir ea apropriação pessoal dos produtos de trabalho para a nova geração da vida imediata — uma apropriação que não deixa nenhum provento líquido capaz de conferir poder sobre trabalho alheio. Queremos suprimir apenas o caráter miserável desta apropriação, em que o operário só vive para multiplicar o capital, só vive na medida em que o exige o interesse da classe dominante. " - Manifesto do Partido Comunista

O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, ele representa a reinvidicação do proletariado pela sua própria participação naquilo que ele produziu.

Resumindo: o comunismo é um movimento pela supressão da propriedade privada e pelo fim da ordem burguesa em prol do estabelecimento de uma nova ordem social sem classes onde os meios de produção serão públicos.

(rascunho) COMUNISMO NO SÉCULO XX

O movimento comunista no século XX foi praticamente determinado pela interpretação do marxismo de Vladmir Ilitch Lenin propagada por Stálin e pela III Internacional, o marxismo-leninismo. As experiências se caracterizaram por uma série de contradições:

- A Revolução não se espalhou a nível mundial, só conseguiu se expandir em alguns elos fracos do capitalismo internacional. Ou seja, esses países não estavam vinculado ao máximo de desenvolvimento das forças produtivas, e sim ao subdesenvolvimento das mesmas.
- O isolamento frente ao cerco internacional gerou tendências centralizantes no seio desses países.

CIÊNCIA E DARWINISMO

O COMUNISMO E A TRADIÇÃO (judaica cristã e pagã)

MORALIDADE X CIÊNCIA

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Homem X Animal = O Trabalho


Seria pouco concluir que a diferença entre o homem e o animal estaria no fato de o homem nem ser um animal que pensa e fala. De fato, a linguagem humana permite a melhor ação transformadora do homem sobre o mundo, e com isso completamos a distinção: o homem é um ser que trabalha e produz o mundo e a si mesmo. 

O animal não produz a sua existência, mas apenas a conserva agindo instintivamente ou, quando se trata de animais de maior complexidade orgânica, "resolvem" problemas de maneira inteligente. Esses atos visam a defesa, a procura de alimentos e de abrigos, e não devemos pensar que o castor, ao construir o dique, e o João-de-barro, a sua casinha, estejam "trabalhando". Se o trabalho é a ação transformadora da realidade, na verdade o animal não trabalha, mesmo quando cria resultados materiais com essas atividades, pois sua ação não é deliberada, intencional.

O trabalho humano é a ação dirigida por finalidades conscientes, a resposta aos desafios da natureza na luta pela sobrevivência. Ao reproduzir técnicas que outros homens já usaram e ao inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de idéias e ao mesmo tempo uma experiência propriamente dita.

O trabalho, ao mesmo tempo que transforma a natureza, adaptando-a às necessidades humanas, altera o próprio homem, desenvolvendo suas faculdades. Isso significa que, pelo trabalho, o homem se autoproduz. Enquanto o animal permanece sempre o mesmo na sua essência, já que repete os gestos comuns a espécie, o homem muda as maneiras pelas quais age sobre o mundo, estabelecendo relações também mutáveis, que por sua vez altera sua maneira de perceber, de pensar e de sentir.

O trabalho é a atividade humana por excelência, pela qual o homem intervém na natureza e em si mesmo. O trabalho é condição de transcêndencia e, portanto, é expressão da liberdade.