quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Governo Obama está dividido sobre guerra no Afeganistão



Os conselheiros de segurança nacional do presidente Barack Obama vivem um conflito interno sobre a estratégia que o país seguiu e deve seguir em relação ao Afeganistão, revela um novo livro escrito pelo renomado jornalista Bob Woodward. Obama's Wars relata que algumas pessoas da cúpula do governo não acreditam que o envio de mais 30.000 tropas ao Afeganistão surtirá efeito e manifestam ceticismo sobre os planos de retirada,programada para julho de 2011.

Woodward, um dos jornalistas responsáveis por expor o caso Watergate, agora traz à tona o quão profundos e intensos são os desentendimentos e divisões internas no governo Obama. O livro, que será lançado na próxima segunda-feira, traz relatos de bastidor, oferecidos por integrantes do primeiro escalão do governo americano.
Entre os conselheiros em dissensão destaca-se o enviado especial de Obama para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, que, segundo o livro, afirmou que a presente estratégia “não tem como funcionar”. Ele defende que os novos planos que a Casa Branca levou meses para elaborar “não trouxeram nada de novo à política que já vinha sendo adotada”.
Woodward afirma que o conflito interno mais relevante tem a ver com o momento da retirada, citando o chefe das forças americanas, general David Petraeus. O autor diz que o comandante acreditou, equivocadamente, que mais tempo seria dado ao exército. Um conselheiro da Casa Branca lhe teria dito, então, que tal crença se baseava  “numa dramática má interpretação" daquilo que Obama desejava.
Segundo o livro, Obama pressiona para que lhe seja apresentado um plano detalhado de retirada e tem expressado irritação por sentir que os líderes militares o estão encurralando.
Polêmica - Em junho, o general Stanley McChrystal foi destituído do cargo de comandante das tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, após fazer duras críticas à equipe de segurança nacional de Obama numa entrevista à revista Rolling Stone. Obama convocou o general David Petraeus, chefe do Comando Conjunto Central do Exército dos EUA, para assumir seu lugar.
A guerra no Afeganistão já totaliza 529 mortes de soldados estrangeiros desde o dia 1º de janeiro - são oito a mais que em 2009, fazendo de 2010 o mais violento dos nove anos de conflito para as forças internacionais. O recorde foi atingido na última terça-feira, depois que um helicóptero caiu no sul do país matando nove militares da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) e deixando ao menos três feridos.

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